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terça-feira, 2 de abril de 2013
Poeta Terezinhense descreve a serventia da Farinha
AS SERVENTIA DA FARINHA
A farinha é um marco
Que ao nordeste da brilho
Com farinha me farto
De mandioca ou de milho
É tradição de pai pra filho
Come-la frequentemente
Pois se a comida da gente
Tá mole deixa um reboco
Aumenta o que tá polco
E esfria o que ta quente
A farinha agente ama
Pois com tudo é combinada
Com tripa chama uma cana
Com ‘toicim’ outra bicada
Feijão sem farinha é nada
Farinha sem feijão num guento
Separar esse casamento
Aqui não vem ao assunto
Só não pode comer muito
Pra não dá causa entupimento
É branca a de mandioca
A de milho amarelinha
A branca chamada “de roça”
Serve bem numa galinha
De tanto comer farinha
Cuidado pra num entalar
De Faro fafi fafafá
Forofada fumegante
Forte feito fortificante
Agora fale isso sem engasgar
A de milho se faz cancão
Também se come com mel
Com a de roça um belo pirão
Pro de Balta tiro o chapéu
Bolo, biscoito, pastel
A de milho é indicada
Em todo bicho que nada
A de roça cai muito bem
E ela serve também
Pra pescar em fojo piaba
Farinha de milho com leite
Cuscuz, fubá e angu
Farinha da mandioca
Ralada no Caititu
Enfeita o prato antes nú
Deixa em carne engordurada
A gordura camuflada
Pra acabar é a derradeira
Até pra acender churrasqueira
Num é que serve a danada
Foi escrita em poesia
Já foi tema musical
Manoel Oliveira escrevia
Todo seu potencial
“Farinha com feijão é animal”
Cantou Djavan em toada
Da Cruz diz em forma adequada
Que se fosse americana
O baquete de bacana
Era mesmo farinhada
A cocaína é a farinha
Que não quero e nunca quis
É diferente da minha
Deixa gente infeliz
Se cheira com o nariz
Ou aplica com injeção
Com ela não come feijão
E a pessoa fica loca
Farinha boa come com a boca
A que cheira não vale um tostão
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