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terça-feira, 2 de abril de 2013

Antonio Dias Novo, Um home de Fé

Antonio Dias Novo,popularmente conhecido e as vezes xingado por Antônio Pirú,ele ficava uma arara com alguém o chamava assim. Ele batia a cabeça até sair sangue quando alguma pessoa não chegava perto para pedir que parasse de bater. Este era um de fé, gostava muito das Igrejas, em tela ele dentro de sua capela de Santo Antonio por traz Colégio estadual. Esta capela foi doado o terreno por Anisio Ferreira de Andrade e com ajuda das pessoas foi realizado o sonho de Antonio. Hoje essa capela está sob a organização de Dona Lourdes e alguns paroquianos. Antonio não deixa de ser um folclórico terezinhense.
Arquivo Idaelson Silva. 

O ENCONTRO DE MANÉ DE COCO E LAMPIÃO


Manoel Bento de Araújo (Mané de Coco)

Manoel Bento de Araújo, vulgo Mané de Coco era um poeta de memória, pois tinha uma mente privilegiada guardando dentro do quengo mais de 400 versos. 

O ENCONTRO DE MANÉ DE COCO E LAMPIÃO – Jéfferson Desouza
Nas bandas do Pernambuco
Desde os tempos do cangaço
Quando briga findava no braço
Na pexeirada ou na bala
Que até hoje se fala
Das histórias de um caboclo
Sobre ele falo um pouco
No causo que agora conto
Que foi o dia do encontro 
De Lampião e Mané de Coco.

A Mané por uns cruzado
Deram a tarefa covarde
De ir em cidade e cidade
Pregar uns cartaz de procurado
No papel um retrato estampado
Com a foto de Lampião
Em baixo a descrição
Bandido, saqueador, e bandoleiro
E recompensa ao pistoleiro
Que o trouxer vivo ou num caixão.

E saiu Mané no seu jegue
Cumprindo sua jornada
Pregando ‘inté’ de madrugada
Os cartazes por onde passava
Mas uma coisa lhe assombrava
- E se com Lampião eu topar?
O delegado pra lhe sossegar 
Lhe conferiu a garantia
Que a muito Lampião se escondia
La pras bandas do Ceará.

Mas parece que a informação
Não ‘tava’ bem informada
Numa certa madrugada
Uns jagunços viram Mané 
No mato sem proteção qualquer
Dormindo por riba do chapéu
Com a bunda levantada pro céu 
O pobre Mané só sentiu
Quando com cano do fuzil
O jagunço cutucou-lhe o anel.

Mané sentiu o cutucão
Bem no meio do traseiro
De olho fechado tremendo inteiro
Tateou um troço roliço e fino
Pensou “valhei Jesus minino”
Não julgue mal esse coitado
Não sou, nem quero ser ‘viado’
Mas que isso seja o jumento, senhor
Que quer me comer e seu troço afinou
Porque se não for eu ‘tou’ é lascado.

Quando Mané abriu o olho
Avistou o que temia
Pensou “esse é meu ultimo dia!” 
Nessas terras do sertão
Era mesmo Lampião
E um bando de cangaceiro
Perguntando por dinheiro
Mané disse “tem não senhor”
E não me mate por favor
Mas se matar, mate ligeiro.

Respondeu o cangaceiro
- Eu não sou nenhum covarde
Não mato só por maldade
As vezes mato por dinheiro
Junto com meus companheiro
Só fazemos nos proteger 
E pare logo de tremer
Pois se não me esconde nada
Pegue logo a estrada 
Que vou liberar você.

A alegria durou pouco
Pois o jagunço Séraz
Num é que encontrou ‘os cartaz’
Entre as coisas de Mané 
Lampião gritou: – O que é?
- Esse cartaz de procurado?
- Tu tá de acoite com os ‘sordado’!
Portanto cabra se apresse
Em fazer sua última prece
Que tu vai ser fuzilado.

Mané disse: meu capitão!
Me permita se explicar
Se o senhor me matar
Matará um inocente
Ao senhor eu sou temente
Nunca lhe desejei um ‘má’
Eu quero mesmo mostrar
Que estou a lhe servir
Se o senhor permitir
A minha historia contar.

- quando vi ‘esses cartaz’
Fiquei muito indignado
Não deixei um ‘apregado’
Pelos cantos que passei
Ai ‘dispois’ eu pensei
Vou deixar isso assim não
Vou rodar todo o sertão
Arrancando ‘esses cartaz’
Pois fraqueza dessa não se faz
Ao meu nobre capitão.

Ai sai no meu jegue
Cumprindo minha jornada
Arrancando ‘inté’ alta madrugada
‘Esses cartaz’ maldiçoado 
Não deixei um ‘apregado’
Rodando o sertão sem medo algum
Embaixo de sol, e as vez em jejum 
E no mato tiro ‘minhas pestana’
E quando acaba a semana
Queimo ‘os cartaz’ e não deixo um.

- E graças a deus esse encontro
Na bolsa Mané enfiou a mão
Tirou quatro pregos longos de vergalhão
E disse tome cá esse presente
Lampião disse descrente
- Quatro prego? Tá brincando com eu?
Mané disse “aceite o presente meu”
E por favor não se ofenda
Essa é um oferenda
Envia pelo filho de Deus

Esses pregos meu capitão
Vieram do estrangeiro
Rodaram o Brasil inteiro
Ate chegar em minha cidade
E o padre de lá por bondade
Sendo seu admirador
A tarefa me confiou
De no dia que lhe encontrar
Esses santo prego entregar
Não próprias mãos do senhor.

Esses pregos capitão
Foram tirados da cruz
Eles pregaram Jesus
No dia de sua morte
São objetos de sorte
Por nosso senhor protegido
E você foi escolhido
Pra receber esse presente
E garanto daqui pra frente
Por tiro nunca será atingido.

Lampião ficou contente
Por ser um homem de fé
Abraçou, agradeceu Mané
Aquele presente de Deus
Com os pregos na mão se benzeu 
‘Tava’ protegido por cristo 
- Mané vou lhe recompensar por isto
Mas tudo ficou ameaçado
Quando veio cismado do outro lado
Pedindo palavra o jagunço Curisco.

- Lampião me desculpe
Mas este cabra lhe enganou
Pois pra pregar nosso senhor
Só três pregos foram usado
Um pregado em cada braço
E só um pregando os ‘dois pé’
Um mais dois dá três, não é?
Então tem prego ai sobrando!
Lampião apontou a arma gritando
- É melhor tu se explicar Mané!.

Mas Mané é cabra esperto
E disse de prontidão
- Vocês num se alembra não?
Na cruz tinha uma placa pregada
E nela uma frase talhada
A pois esse prego veio de lá
E se a memória não falhar
Lá ‘tava’ escrito o firmamento
O primeiro mandamento
“É proibido matar!”.

Lampião sabia que a frase na cruz
Dizia “Jesus, Rei dos Judeus”
E que o mandamento de Deus
“Não matarás” não é o primeiro
Mas liberou Mané são e inteiro
Viu sua inteligência como proeza
E vocês podem ter certeza
Que pra viver por mais um dia 
Ou o cabra usa da valentia 
Ou se vale da esperteza.

Poeta Terezinhense descreve a serventia da Farinha












AS SERVENTIA DA FARINHA

A farinha é um marco
Que ao nordeste da brilho
Com farinha me farto
De mandioca ou de milho
É tradição de pai pra filho
Come-la frequentemente
Pois se a comida da gente
Tá mole deixa um reboco
Aumenta o que tá polco
E esfria o que ta quente

A farinha agente ama
Pois com tudo é combinada
Com tripa chama uma cana
Com ‘toicim’ outra bicada
Feijão sem farinha é nada
Farinha sem feijão num guento
Separar esse casamento
Aqui não vem ao assunto
Só não pode comer muito
Pra não dá causa entupimento

É branca a de mandioca
A de milho amarelinha
A branca chamada “de roça”
Serve bem numa galinha
De tanto comer farinha
Cuidado pra num entalar
De Faro fafi fafafá
Forofada fumegante
Forte feito fortificante
Agora fale isso sem engasgar

A de milho se faz cancão
Também se come com mel
Com a de roça um belo pirão
Pro de Balta tiro o chapéu
Bolo, biscoito, pastel
A de milho é indicada
Em todo bicho que nada
A de roça cai muito bem
E ela serve também
Pra pescar em fojo piaba

Farinha de milho com leite
Cuscuz, fubá e angu
Farinha da mandioca
Ralada no Caititu
Enfeita o prato antes nú
Deixa em carne engordurada
A gordura camuflada
Pra acabar é a derradeira
Até pra acender churrasqueira
Num é que serve a danada

Foi escrita em poesia
Já foi tema musical
Manoel Oliveira escrevia
Todo seu potencial
“Farinha com feijão é animal”
Cantou Djavan em toada
Da Cruz diz em forma adequada
Que se fosse americana
O baquete de bacana
Era mesmo farinhada

A cocaína é a farinha
Que não quero e nunca quis
É diferente da minha
Deixa gente infeliz
Se cheira com o nariz
Ou aplica com injeção
Com ela não come feijão
E a pessoa fica loca
Farinha boa come com a boca
A que cheira não vale um tostão

Poesia: “Mas só em Santa Terezinha Cabrita anda em telhado”







Vendo essa imagem não aguentei, deu verso...

Nessa vida eu já vi
Lampião correr de medo
Jesus brigar com Pedro
Rio São Francisco Secar
Peixe voando no mar
Barcelona ser goleado
O Saara com neve gelado
Dente em bico de galinha
O poeta das presepada...

Popó e Maguila apanhar
Elefante com anorexia
Tartaruga que corria
Mas ligeiro que carro esporte
Papalegua perder pro Coiote
Vaquejada sem cavalo e gado
Papa Chico fazendo pecado
Num momento que perdeu a linha
“Mas só em Santa Terezinha
Cabrita anda em telhado”

Já vi Lula e Enéias sem barba
Acabar o sal de Mossoró
Chitanzinho expulsar Xororó
Pra lua o homem viajar
Pamonha de maracujá
Galope de jegue piado
Velhaco pagando o fiado
Tudo vi nessa vida minha
“Mas só em Santa Terezinha
Cabrita anda em telhado”

Jefferson Desouza, O poeta das presepada...

POETA TEREZINHENSE FAZ POESIA DA CHUVA




 A POESIA DA CHUVA
 O céu num azul intenso
É a folha de papel
O vento rabisca o céu
Anteriormente parado
Vai ficando agitado
Seu sopro aos ‘pouco’ cresce
Como um poeta escreve
 As ideias que a ele surgem
Estrofes feitas de nuvem
 Rimadas no papel celeste
O mote que em prece fizeste
 Com água servindo de tinta
Escorre do lápis e pinga
Criando sereno ao acaso
A quentura subido em mormaço
Do chão quente molhado
Declama o trovão envergonhado
 Baixinho os versos trovejando
 As rimas vão o empolgando
E o tom de sua voz aumenta
A folha celeste não ‘guente’
Toda a tinta em água derrama
O trovão mais forte se exclama
Cai água, o céu ‘relampia’
A biqueira mostra serventia
Molhando quem tá embaixo dela
 Espiando a ‘muié’ da janela
Esperança escorrendo em água
Aos declames em fortes ‘trovoada’
 Vão enchendo açude, barreiro
Cassote nadando faceiro
Pasto verde alegra uma vaca
Da toca sai preá e paca
Os joelhos no chão agradece
A água que a tudo carece
Das palavras com ela escrita
É vida a pilapo, catita
Marreco, bacurau e saúva
 Animal e homem se curva
Grato esquecendo a tristeza
Admirando a beleza
Nos versos da Poesia Da Chuva...
 (Jéfferson Desouza)